Quando de Palma retrabalha, nos anos 70, os temas hitchcockianos,  não há esse sentido de perda do solo, de brutal descrença, de falta de perspectiva; pois em de Palma, apesar da suspensão relativa à moralidade que predomina em Hitchcock, cineasta da moral cristã por excelência, ainda assim é possivel sentir, por detrás desses seus filmes, um amor e uma dívida que é necessário reconhecer. Isso se percebe pelo seu carinho com as referências, pela reprodução cuidadosa de planos e sequências dos mestres; de Palma é talvez o cineasta que mais lindamente soube homenagear os ídolos, mesmo que seu cinema significasse, justamente, que o cinema daqueles ídolos, hoje [hoje de de Palma] já era impossível. O primeiro de Palma é um cinema sobre a impossibilidade do clássico. —